quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Emerson Ginezi Junior - Produção textual dos alunos dos 3º anos da EE Rafael de Oliveira

Varsóvia, Polônia, 1940

Olá!
Se você encontrou esta carta significa que provavelmente eu já estou morto ou estou caminhando à isso. Me chamo Szpilman e deixei esta carta apenas com o intuito de não deixar o que restou de nós, meros judeus, se apagar. Hoje que era para ser um dia normal como outro qualquer, acabou por se tornar o dua de nossa "extinção" ou quase isto, mas para eles este é o dia de gloria. O dia em que eles se tornaram o poder, tanto poder que até nem sei mais quem controla ele ou eles que controlam o poder. Nas ruas onde seus soldados... ou divo dizer, marionetes andam, levando consigo nossas vidas, casas, tudo o que temos, mas ainda não é o bastante.
Em meio a estas constantes guerras e destruição, nós somos os culpados de uma Alemanha em crise que para eles a única e "óbvia" solução seria iniciar mais uma guerra onde nós somos os caçados, e eles a "raça superior", os caçadores, ou até mesmo seus escravos. Apesar da pouca esperança que tínhamos, decidimos lutar, mas isto nos trouxe ainda mais caixões e à quase uma extinção total. Apesar de me sentir como um covarde por ver nossa luta passar sobre meus olhos e ter medo de reagir, ainda tenho orgulho de ser judeu, pois lutamos como bravos herois e morremos com o nosso orgulho e honra.
Mesmo que eu não queira acreditar ainda sonho com o dia em que andaremos livres pelas ruas sem sermos perseguidos, mutilados ou mortos o mesmo dia em que as guerras que pareciam sem fim terminarão e não haverá raças, seremos todos iguais e então conseguiremos o que sempre buscamos, a nossa liberdade mesmo que tal luta não tenha fim, pois aos poucos nós nos reergueremos para continuá-la, mesmo que eu ainda seja apenas um pianista.

Obrigado
Ass.: Szpilman

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Guilherme Moda - Produção textual dos alunos dos 3º anos da EE Rafael de Oliveira

Moscou, 15 de fevereiro de 1944

Caro Roosevelt, é com grande satisfação que venho em nome do soberano povo russo, lhe informar as decorrentes e conturbadas notícias do meu idolatrado e imperialista continente, o sangue alemão ferve em angústia e ódio por todos os territórios que se possa imaginar, se escondem em seu nacionalismo com ideais genocidas. Os mesmos se julgam um povo perfeito, estão indo de país em país hastear aquela bandeira que tanto ofende as ideias de liberdade, igualdade e fraternidade, porém se esquecem que bandeira nenhuma é grande suficiente para cobrir a vergonha de matar pessoas inocentes.
As neves de Stalingrado caem como gotas de sangue irrigando o desespero e o medo por todo o mundo, a todo instante balas são disparadas e tendo como endereço o coração dos nossos soldados. Estilhaços repousam friamente no corpo dos cadáveres em meio aos campos de batalhas, o canto dos nosso pássaros foram substituídos massivamente pelo zumbido aterrorizante dos morteiros, que voam de lado a lado, com um único objetivo, criar mais derramamento de sangue.
Um simples homem pode mudar todo o traço da história, desde que Adolf Hitler saiu ileso da Primeira Grande Guerra, só vem dando problemas dolorosos para aqueles com quem não simpatiza, manipula uma nação saturada de problemas, uma nação que segundo ele foi exposta a humilhação desde o Tratado de Versalhes.
Judeus são caçados e exterminados como se fossem culpados de todas as calamidades existentes, usufrui do antissemitismo para alimentar a superioridade racial. Com a ajuda do Totalitarismo, se forma o nazismo, no qual os únicos beneficiados são os arianos. O consciente racional de qualquer inimigo destes lunáticos entra em estado de pânico quando escutam nomes como Treblinka ou Auschwitz.
Já que estes mesmo se declaram nossos inimigos e amantes da suposta "Grande Alemanha", serão expurgados de suas vidas, expelidos de todo o mundo. Fizeram uma carnificina em nosso território, então agora faremos uma longa, violenta e dolorosa marcha até Berlim para ceifar a vida daquele ditador maníaco que tanto aprecia sangue e desespero.

Atenciosamente,
Josef Stálin

Ps: O remetente é uma ironia.

Autor: Guilherme Moda

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Produções textuais dos alunos do 3º ano EE Rafael de Oliveira (continua)

Pessoal. Paciência!!!
Logo consigo digitar todos os textos que escolhi.

Abraços

Giovanni Fim - Produção textual dos alunos dos 3º anos EE Rafael de Oliveira

As próximas postagens serão textos dos meus alunos do 3º ano do Ensino Médio sobre o nazismo. A proposta era escrever carta ou artigo de opinião sobre o tema. 
As produções ficaram fantásticas!!! Muitas me emocionaram...

Façam uma excelente leitura e boa viagem!!!

Autor: Giovanni Fim

28 de agosto de 1935

Wolfgam, se você estiver lendo isto, diga ao pai e à mãe que eu estarei bem, e voltarei a enviar cartas novas assim que possível. Pouparei palavras de saudades, pois não seria a mesma coisa que encontrá-los e abraçá-los novamente. Por favor, leia atentamente esta carta para que saibam onde estou e onde estarei, e como foi minha experiência.
Graças a Deus esse nacionalismo e racismo perverso não durou muito comigo. Não consigo acreditar que o ser humano é capaz de tudo isso. Nossos confrades, irmãos de pátria, com ódio de nossa cultura e religião? Acho que não entendi o motivo ainda... Parece tão estúpido! Ainda mais quando vemos as novas tecnologias alemã surgindo. Militarismo de dar medo!
Vieram em um jipe militar seis soldados armados enquanto eu trabalhava no bar do Hanz. Entraram com olhares determinados e armas de prontidão. Hanz, ao meu lado, sacou duas pistolas da gaveta em sua frene, e por trás do balcão, trocou tiros contra o pequeno grupo. Tudo pareceu ficar lento. Muito lento. Lascas de madeira, vidro, fumaça, cápsulas... para todos os lados.
Hanz matou dois deles e numa reação quase automática, os nazistas exterminaram os fregueses sem a menor piedade. Abaixei no balcão e fiquei congelado, apenas ouvindo e sentindo. Vi o cozinheiro saindo da cozinha pelas portas duplas com uma metralhadora pintada de sangue, atirando pelas janelas e paredes, varando corpos, até que ele levou um tiro e caiu sem vida na minha frente. Aproveitamos o momento de silêncio para saber mais sobre os movimentos inimigos, e decidimos correr para a porta da frente, pois haveria um flanqueamento. Conseguimos roubar o jipe deles, cheio de armas e munição.
Eu e Hanz pegamos uma estrada de terra, e andamos por quatro horas até o combustível acabar. Nesse meio tempo achamos uniformes e sobretudo nazistas. Decidimos vesti-los por precaução, até que passamos por outro jipe lotado de vermes.
A gasolina acabou em uma cidade esburacada, descascada, e que cheirava carne queimada. Nevava cinzas no momento em que chegamos, e ela estava vazia. Aparentemente vazia... Até encontrarmos em pedaço de pão chamuscado, que nos serviu como combustível para a nossa mísera fome. Vimos uma criança viva, na porta de uma casa, assustada, e olhando para nós enquanto comíamos, e gritou um  nome que não pude ouvir.
Homens saíram da casa, e pude ver ódio em seus rostos. Logo disse que estava disfarçado e que também era judeu, e eles, mais necessitados que eu e Hanz, nos ajudaram.
Enviei esta carta da cidade Wetzlar, em Hersen, por um pombo correio que não faço ideia se chegará em você - e nem como isso acontecerá. Estarei em Wetzlar por mais algumas semanas, já que tenho certeza que esta cidade não será massacrada novamente; então será seguro. Deus queira que seja.
Caso queira me procurar,estarei em um prédio descascado, verde e com barricadas nas entradas. Ele se localiza no centro da cidade e é o prédio mais alto. Depois dessas semanas, irei em busca de vocês. Nem que seja a última coisa que farei. Quanto a Hanz, ele também enviou uma carta, e não iremos nos separar tão cedo.
Continuaremos resistindo. Cuidem-se.
Abraços.

Wilhelm